sábado, 17 de setembro de 2011

Pé-direito

A minha proposta interna para o terraço Ozenfant prevê a criação de três nichos de ocupação que devem apresentar conexão entre si, logo paredes não são bem vindas. Surge então dois problemas projetuais, como criar fluidez e continuidade nesses três ambientes e como distinguí-los. Parte da continuidade e fluidez já obtivemos por meio da ausência de elementos verticais como as paredes, e podemos aprimorar isso posteriormente pensando em elementos da arquitetura de interiores. Mas antes de partir para a arquitetura de interiores vamos pensar em como resolver a outra questão, a distinção dos espaços. Surge então a ideia de brincar com as "alturas", o pé-direito, dos espaços. Parte-se então para uma pesquisa sobre como o pé-direito influi nessa distinção e até mesmo nas sensações que ele propicia. Compartilho com vocês um dos meus resultados de pesquisa do livro de CHING, Francis D. K., Arquitetura de Interiores Ilustrada:
  • " O pé-direito - a altura de um teto -  tem grande impacto na escala do espaço. Ainda que o pé-direito deva ser considerado com relação a outras dimensões do recinto, seus usuários e usos, podem ser feitas algumas generalizações quanto as dimensões verticais do espaço. Pés-direitos elevados tendem a dar ao espaço uma sensação aberta, arejada, majestosa. Eles também podem dar um ar de dignidade ou formalidade, especialmente quando tiverem desenho e forma regular. Em vez de apenas "flutuar" sobre um espaço, eles "voam a grandes alturas". Pés-direitos baixos, por outro lado, enfatizam sua qualidade de proteção e tendem a criar espaços íntimos e aconchegantes. A mudança da altura do pé-direito em um espaço ou de um espaço a outro ajuda a definir limites espaciais e a diferenciar entre áreas adjacentes. Cada altura de teto enfatiza, por contraste, o quanto a outra área é baixa ou alta."

Algumas imagens interessantes e inspiradoras para demonstrar que pés-direitos elevados caem muito bem!



Interessante notar que a diferença de altura possibilitoua a criação de uma estante elevada.
Decidido então como será feita a diferenciação dos amibentes passamos para outra questão, qual será o ambiente mais elevado. Usemos da hierarquia dos espaços e de umas tentativas do sketch-up para verificar o resultado.

sábado, 3 de setembro de 2011

Jardim vertical

Buscando promover a integração do terraço Ozenfant com a parede de pé direito de 5 metros do vizinho, irei valorizar o "aspecto verde" da rua. Como o espaço é questão fundamental na definição do projeto optei por trabalhar com um jardim vertical que será entablado por um gramado.

Jardim vertical
As utilizações deste tipo de sistema são inúmeras e podem funcionar tanto em espaços interiores como no exterior; alguns exemplos disso são: as fachadas de edifícios, cobertura de muros, paredes, labirintos, divisão de espaços, solução para decoração, eventos, etc.

As vantagens centram-se, sobretudo na  naturalização do espaço urbano, ou seja, tornar vivo e verde o que normalmente é “cinzento” e sem vida.

Os jardins verticais apresentam também características que atuam ao nível da acústica e funcionam como uma barreira contra os raios solares (conforto térmico).

Esta gestão do espaço é adaptável a praticamente qualquer tipo de situação, da qual deriva um produto com uma enorme valia.
Exemplos:

 
Museu Quai Branli, Paris
Caixa Fórum, Madri




Lambri de madeira para emprego nas laterais dos  sheeds:


Gramado para receber a continuação do jardim vertical:



Uma bancada para a cozinha

No meu projeto para o terraço Ozenfant eu proponho a criação de uma ambiente para lexar, se inspirar, trabalhar e recepcionar os amigos. Recepcionar os amigos com uma boa comidinha é um tanto atraente. Baseado nisso busquei introduzir uma cozinha no meu projeto. Como não há muito espaço para a colocação da cozinha, devido ao espaço ocupado pelos demais nichos propostos, pensei em empregar uma bancada no lugar de uma mesa, isso porque o espaço e a funcionalidade que ela proporciona atendem muito mais a demanda do meu projeto. Como sempre vamos por etapas: o que é uma bancada, o que podemos aderir à ela, materiais, modelos...

O que é "bancada de cozinha"?

Bancada de cozinha é o espaço de preparo dos alimentos, o qual serve de apoio aos utensílios utilizados: tigelas, talheres, panelas, ... Pode ser uma bancada mais baixa, onde está a pia ou mais alta, onde se podem realizar lanches rápidos.


 

Qual a altura ideal para uma bancada de cozinha?

  • Bancada da pia: sua altura deve ficar entre 86 e 93cm, dependendo da altura de quem utiliza este espaço.
  • Bancada de lanches: deve ter até 110cm de altura.


 
 Pode-se observar a bancada de lanches no primeiro plano e depois a bancada da pia com cuba e fogão embutidos.
 

Detalhes de acabamento

Alguns detalhes tornam a bancada bela e funcional:
  • Rodapia: a bancada, no encontro com a parede, recebe o frontão, espelho ou também chamado “rodapia”, o qual impede que líquidos infiltrem por trás da bancada. Costuma medir entre 5 e 10cm de altura;
  • Borda: sua extremidade pode ser trabalhada de acordo com a estética de cada um. O importante é que ultrapasse um pouco a linha dos móveis para que caso escorra água pingue sem danificá-los. Por isso, um detalhe que pode ser feito é um friso na parte inferior como pingadeira.
Imagem ilustrando bancada, apoiada sobre móveis, com friso.

 
Em laranja o rodapia e em lilás a borda com acabamento duplo boleado e friso inferior.

  • Área molhada: espaço próximo da pia delimitado pela guarnição;
  • Guarnição: é um arremate criado nas bordas das pias nas áreas molhadas, impedindo o escoamento da água. Geralmente possui 2cm;
     
Área marcada ao redor da pia: área molhada.
 

Utensílios que podem ser Instalados

Existem vários equipamentos que podem ser instalados, recortando a bancada e permitindo que fiquem embutidos:
  • Cubas - Há vários modelos de cubas disponíveis. A escolha dependerá do seu uso e do espaço disponível.
  • Fogões - Fogões de embutir conferem acabamento e estilo à cozinha.
      
  • Cooktops - Há vários modelos de cooktops disponíveis: de 1 a 5 bocas, de inox, de vidro, etc.
        
  • Lixeiras
  
  • Escorredores;
  • Tábuas de corte;...



Características a Valorizar em uma bancada

Para que a bancada seja funcional, ela deverá ter:
  • Fácil limpeza, evitando proliferação de bactérias e fungos;
  • Durabilidade;
  • Baixa porosidade, evitando infiltrações, manchas e sujeiras;
  • Praticidade no manuseio dos alimentos e utensílios;
  • Beleza e design.



Materiais para a bancada
De acordo com a necessidade estética e funcional, você poderá escolher diferentes materiais para a bancada:
  • Pedras naturais: granito e mármore;
  • Pedras Sintéticas: superfície de quartzo;
  • Superfície sólida de acrílico: fabricado, por exemplo, pelas marcas Corean, Auriom, Wilsonart;
  • Madeira;
  • Aço Inoxidável;
  • Laminados;
  • Cerâmica
  • Superfície cristalizada de vidro 

Modelos:










 
Referências:



sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Guarda-corpos

Considerando a altura do terraço Ozenfant a implantação de guarda-corpo é imprescindível à segurança daqueles que farão uso do espaço, abaixo seguem alguns modelos interessantes e uma imagem de como funciona a estrutura do guarda-corpo.


Interessante notar a presença das plantas junto ao guarda-corpo, uma opção interessante para o nosso terraço que está rodeado por vegetação.

Guarda-corpos de vidro permitem a valorização das vistas.

Guarda-corpo com banco aderido.



Na hora da dúvida...

Aqui está relacionado um link um tanto quanto útil para aqueles que não dominam totalmente o vocabulário arquitetônico. É um dicionário online:

Como resolver o problema da incidência solar direta

Bom, seguindo e definindo mais a planta do meu projeto para o terraço Ozenfant, me deparei com uma dificuldade, como promover uma abertura na parede voltada para o norte (grande incidência solar no hemisfério norte) que permitisse a ventilação e a iluminação sem impossibilitar uma área de trabalho e produção colocada ali naquele local. Uma das alternativas são os brises, mas antes de implementá-los no meu projeto é necessário tirar dúvidas a respeito do que eles são, quais existem e como devem ser instalados.

O que são os brises?
Do francês brise-soleil. Quebra-sol composto de peças de madeira, concreto, plástico ou metal. Instalado vertical ou horizontalmente diante de fachadas para impedir a ação do sol sem perder a ventilação.Esses elementos sombrearão a sua casa, deixando a temperatura muito mais amena, poupando o ar-condicionado, economizando energia e preservando o planeta.



Tipos de brises:
  •  de aletas: Elas podem estar na horizontal ou na vertical e podem ser fixas ou móveis. Alguns fabricantes possuem sistemas móveis complexos, mas é fácil encontrarmos simples ripas de madeira alinhadas na frente da janela de uma casa cumprindo a função de brise. Como esses elementos estão ali para barrar a entrada do sol direto e como a posição do sol varia durante o dia, os elementos móveis serão sempre mais eficientes. Entretanto, desde que colocados na posição correta, os brises fixos são também uma boa opção.Os materiais para fabricação das aletas são inúmeros. Madeira, alumínio, ferro, plástico e concreto são os mais comuns, mas há também os de cerâmica, de vidro, de bambu, entre muitos outros.
  • os cobogós, também chamados de elementos vazados. (O nome cobogó é formado pela primeira sílaba do sobrenome dos três engenheiros que inventaram o produto no século passado: Coimbra, Boeckmann e Góis.) Muito utilizados nos edifícios públicos pelo baixo custo e grande durabilidade, os cobogós são aqueles blocos vazados decorativos, normalmente feitos de concreto ou de cerâmica. No mercado há diversas opções de formato e tamanho de diferentes fabricantes.


  • os muxarabis: Os árabes têm uma grande tradição no uso desse elemento de proteção, que foi trazido há séculos para o Brasil. Além de proteger do sol, ele dá privacidade ao interior das casas. Feitos de madeira ou ferro, os mais comuns são os quadriculados, mas com a ajuda de um bom carpinteiro ou serralheiro você pode criar o seu próprio muxarabi com um desenho exclusivo.As chapas perfuradas são cada vez mais utilizadas com esta função de proteção solar. O mercado está repleto de opções de chapas de aço ou alumínio com furos redondos, quadrados, retangulares, em forma de estrela, etc. Quando usadas na fachada, essas placas nada mais são do que brises.


  • grelha/ colméia: Os principais diferenciais do Brise Colmeia são os perfis tipo “U” encaixados entre si e que formam grelhas dispostas em dupla face, estas unidas através de presilhas de aço temperado e cinta perimetral em formato “C” com modulação em várias opções de escolha. O Brise Colmeia possui grande apelo decorativo, por isso, é muito utilizado em fachadas de prédios comerciais, escolas, universidades e demais estabelecimentos para suprir a necessidade de filtrar a ação da luz externa, equacionando assim claridade e ventilação no ambiente.



Como posicionar os brises (essa parte não será tão útil assim no projeto que estamos realizando no momento, mas uma informação a mais sempre é válida)
Uma regrinha simples para a escolha da posição dos brises na maior parte do Brasil é a seguinte: para as fachadas leste e oeste, que recebem respectivamente o sol da manhã e o da tarde (que chega rasante), prefira os brises com aletas verticais. Para a fachada norte, que recebe sol durante todo o dia, mas numa posição mais a pino, prefira os brises horizontais. A fachada sul carece menos dos brises, visto que tem uma incidência de sol muito menor. Sempre que possível, dê preferência aos modelos móveis. Eles serão muito mais eficazes.

 Por dentro ou por fora da janela?
O brise pode ficar do lado de dentro ou de fora da fachada, dependendo quais as características e necessidades da edificação.Os internos sofrem menos com as intempéries e por isso tendem a se conservar por mais tempo, a sua limpeza é mais simples e pode-se conseguir uma fachada toda envidraçada, como acontece na biblioteca nacional de Paris, em que placas de madeira são colocadas por dentro da fachada de pele de vidro para proteger os livros da forte radiação solar.


 Entretanto, como a função primordial desses elementos é proteger a sua edificação e, por conseguinte, do calor, o ideal é que eles sejam colocados por fora das janelas para que barrem o sol antes do calor entrar no prédio. Ou seja, brises externos são muito mais eficientes.