domingo, 28 de agosto de 2011

Desvendando lareiras

Como funcionam?
O bom funcionamento de uma lareira depende de técnica e certos cuidados, garantindo que a fumaça não invada a sala e nem haja perda de calor, o que requer um projeto e um dimensionamento adequados.
O aquecimento deve ser compatível com o tamanho do ambiente e número médio de pessoas que a freqüentam. Porém, a temperatura final é determinada pela quantidade de lenha queimada, além da correta condução e lançamento, pela chaminé, para o exterior dos gases liberados na combustão.
A estrutura de uma lareira é composta por três partes fundamentais: caixa ou câmara de fogo, coifa ou caixa de fumaça, e duto ou chaminé. Cada qual desempenha funções específicas, mas interdependentes entre si.
Na caixa de fogo, o elemento principal é a chamada boca (a abertura da lareira para o ambiente), cujas dimensões (altura e largura) devem estar de acordo com as medidas do local onde será instalada. Mais para dentro da caixa de fogo, onde se deposita a lenha, um outro segredo: a parede de fundo inclinada. Sua função é empurrar as ondas de calor rumo ao piso do ambiente. Assim, o ar aquecido, que é mais leve e tende a subir, faz aumentar a temperatura do ambiente.
Logo acima da caixa de fogo, vem a coifa, com formato semelhante a um funil de cabeça para baixo. Ela capta a fumaça, ao mesmo tempo que detém o ar frio que desce pela chaminé. Nessa etapa, é fundamental a garganta, uma abertura, regulável, cuja medida deve ser exatamente igual à área seccional do duto. Coifa e chaminé, em especial, garantem um funcionamento limpo do sistema, no que concerne à fumaça e à fuligem. A finalidade da garganta da coifa é conduzir a fumaça para fora e impedir que o ar frio desça pela chaminé e incida sobre o fogo, espalhando fumaça e cinzas, daí a importância de um bom dimensionamento.
A alvenaria substituiu os graúdos blocos de pedra antigamente utilizados nas lareiras. Além da alternativa de se contratar um pedreiro para construí-la, há modelos pré-fabricados à venda na forma de kits e em medidas padronizadas.
Geralmente confeccionadas em aço galvanizado, pintado de preto, as lareiras pré-fabricadas são encontradas em duas versões: a tradicional, para ser revestida com alvenaria, e a de uso aparente. Nesse caso as paredes não são quebradas, bastando encostar o kit no canto escolhido e furar o teto para a passagem do duto.
Em termos de resultado, ambas se equiparam. A diferença é que a aparente, por não ser coberta pela alvenaria, esquenta e esfria com maior velocidade. Vale citar que o aço recebe tratamento para isolação térmica, com resinas e até camadas internas de lã de vidro, a fim de evitar que os usuários se queimem. Quanto às dimensões, o mercado acabou por estabelecer algumas medidas de referência, como a relação entre a boca da lareira e o ambiente. O mais usual é encontrá-las para ambientes a partir de 100m³, para as quais se recomendam bocas de largura de 70cm por altura de 60cm, até ambientes com mais de 400m³, com bocas de 130 por 85cm.

Por que ter uma lareira?
A função de uma lareira vão muito além do aquecimento de um ambiente, elas são capazes de criar um clima acolhedor e familiar para reunir amigos e familiares. Valorizando o ambiente ela também ajuda a criar novos hábitos, aproximando as pessoas.

Cuidados na hora da instalação:
  •  a lareira deve ser dimensionada para o tamanho, uso do ambiente e estilo arquitetônico e de decoração em que será instalada;
  •  posição da lareira para permitir o aquecimento do ambiente da forma mais eficiente;
  •  adequação do duto para que a extração da fumaça seja eficiente e não saia para o ambiente;
  •  escolha de materiais próprios para suportar altas temperaturas.

Alguns exemplos de como elas podem ser dispostas:
DISCRETA INTEGRAÇÃO

Os proprietários desta casa curitibana queriam uma lareira que integrasse o espaço. Ela foi acomodada em um nicho que cumpre diversas funções: morada de fogo, espaço para lenha, home theater - do rasgo no teto desce uma tela de 100 polegadas - e expositor de apetrechos. Executada em tijolo refratário filetado, é separada do nicho horizontal por vidro temperado incolor. O tapete e os pufes têm a função de aquecer ainda mais a sala e contribuir para a acústica, uma vez que o espaço é grande e o som dispersa. Mobiliário do Studio Bertoldi.

CONFORTO CONTEMPORÂNEO
 

Desenhado para a Casa Cor Brasília, o ambiente da arquiteta Sabrina Estrella valoriza a escada projetada por Oscar Niemeyer. Acentuadamente contemporâneo, o estar amplo e confortável é ideal para desfrutar uma boa leitura, escutar música ou degustar vinhos. Cercada por confortáveis sofás e pufes de camurça sintética, longas cortinas de linho cru e poltronas Charles Eames (Spazio Interni), a lareira foi revestida internamente com mármore bege Bahia bruto (Silestone) e as paredes externas com madeira cumaru (Marcenaria Fechina). A luminária Jingzi é da Light Design.

ECOLOGICAMENTE CORRETA
 
Trabalho conjunto dos proprietários - ela arquiteta, ele engenheiro - para unir a beleza estética às questões ambientais, o calor gerado pela lareira é reaproveitado para outras funções nesta casa, que possui aquecimento solar, captação de água pluvial e tratamento de água servida (chuveiros, lavatório e serviço) para reuso nas descargas. Sofá e mesa de centro de resina branca da OB.I, garrafas de madeira da Jacaré do Brasil.

AQUECIMENTO NATURAL
 
No projeto encomendado pelos proprietários ao arquiteto Alexandre Magno deveria existir uma sala moderna e aconchegante integrando lareira com queima natural, imagem, som e um pequeno bar de apoio. O arquiteto posicionou-os lado a lado na caixa da lareira: a TV, atrás de um vidro antirreflexo e o bar, de vidro opanilizado preto de correr (Vidrolopes). Desligado o aparelho, tem-se a impressão de uma única peça. Mobiliário e tapetes da Empório Casa, acessórios Abitari.
PEDRAS VULCÂNICAS

AMBIENTE ACOLHEDOR
 
Jovem, o casal com filhos que viaja nos fins de semana para Itu, onde recebem a família e amigos, queria um ambiente aconchegante, que fosse também o home theather. Para evitar o aquecimento da tevê colocada sobre o duto da lareira, a arquiteta Lígia Resstom fez o isolamento com lã de rocha. A ambientação acolhedora tem sofás e poltronas Breton, mesa de Centro L'oeil, almofadas Empório Beraldin e tapete By Kamy.

360° DE CALOR
 
A lareira a gás da Fireorb é capaz de aquecer todo o living de 77 m2 sem interferir na linguagem proposta pelo arquiteto Arthur Casas para sua própria residência em Iporanga, no Guarujá. O espaço de pé-direito duplo precisava de uma lareira que girasse 360° para aquecer simultaneamente o living e a varanda. De metal preto fosco, flutuante e fixado no teto, o modelo inovador encaixou-se perfeitamente na ambientação e não interfere no restante da decoração.

CENTRO DAS ATENÇÕES
 
Localizada no centro do ambiente e com aparência de pira, a lareira a gás instalada pelo arquiteto Ricardo Campos dentro de uma mesa de mármore (projeto da Santa Irreverência, execução da Marmoraria Ouro Mel) cumpre sua função de criar o clima de aconchego que o casal proprietário solicitou para o espaço planejado para receber amigos. Os sofás de folha de bananeira prensada da Saccaro dão um toque natural.

Modelos contemporâneos de lareiras:

Lareira ecológica de etanol:

Referências: 

No living da residência de 746 m2 de área construída a proposta do arquiteto Aquiles Kílares foi criar uma ambientação clean, com móveis (Artzzi) e objetos de decoração em tons neutros, mas sofisticados, que acompanhassem o padrão de conforto e elegância adotado. O toque de requinte está na lareira de mármore (De Mármore) que utiliza gás natural e pedras vulcânicas. Iluminação da Hansa Iluminação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário