sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Como resolver o problema da incidência solar direta

Bom, seguindo e definindo mais a planta do meu projeto para o terraço Ozenfant, me deparei com uma dificuldade, como promover uma abertura na parede voltada para o norte (grande incidência solar no hemisfério norte) que permitisse a ventilação e a iluminação sem impossibilitar uma área de trabalho e produção colocada ali naquele local. Uma das alternativas são os brises, mas antes de implementá-los no meu projeto é necessário tirar dúvidas a respeito do que eles são, quais existem e como devem ser instalados.

O que são os brises?
Do francês brise-soleil. Quebra-sol composto de peças de madeira, concreto, plástico ou metal. Instalado vertical ou horizontalmente diante de fachadas para impedir a ação do sol sem perder a ventilação.Esses elementos sombrearão a sua casa, deixando a temperatura muito mais amena, poupando o ar-condicionado, economizando energia e preservando o planeta.



Tipos de brises:
  •  de aletas: Elas podem estar na horizontal ou na vertical e podem ser fixas ou móveis. Alguns fabricantes possuem sistemas móveis complexos, mas é fácil encontrarmos simples ripas de madeira alinhadas na frente da janela de uma casa cumprindo a função de brise. Como esses elementos estão ali para barrar a entrada do sol direto e como a posição do sol varia durante o dia, os elementos móveis serão sempre mais eficientes. Entretanto, desde que colocados na posição correta, os brises fixos são também uma boa opção.Os materiais para fabricação das aletas são inúmeros. Madeira, alumínio, ferro, plástico e concreto são os mais comuns, mas há também os de cerâmica, de vidro, de bambu, entre muitos outros.
  • os cobogós, também chamados de elementos vazados. (O nome cobogó é formado pela primeira sílaba do sobrenome dos três engenheiros que inventaram o produto no século passado: Coimbra, Boeckmann e Góis.) Muito utilizados nos edifícios públicos pelo baixo custo e grande durabilidade, os cobogós são aqueles blocos vazados decorativos, normalmente feitos de concreto ou de cerâmica. No mercado há diversas opções de formato e tamanho de diferentes fabricantes.


  • os muxarabis: Os árabes têm uma grande tradição no uso desse elemento de proteção, que foi trazido há séculos para o Brasil. Além de proteger do sol, ele dá privacidade ao interior das casas. Feitos de madeira ou ferro, os mais comuns são os quadriculados, mas com a ajuda de um bom carpinteiro ou serralheiro você pode criar o seu próprio muxarabi com um desenho exclusivo.As chapas perfuradas são cada vez mais utilizadas com esta função de proteção solar. O mercado está repleto de opções de chapas de aço ou alumínio com furos redondos, quadrados, retangulares, em forma de estrela, etc. Quando usadas na fachada, essas placas nada mais são do que brises.


  • grelha/ colméia: Os principais diferenciais do Brise Colmeia são os perfis tipo “U” encaixados entre si e que formam grelhas dispostas em dupla face, estas unidas através de presilhas de aço temperado e cinta perimetral em formato “C” com modulação em várias opções de escolha. O Brise Colmeia possui grande apelo decorativo, por isso, é muito utilizado em fachadas de prédios comerciais, escolas, universidades e demais estabelecimentos para suprir a necessidade de filtrar a ação da luz externa, equacionando assim claridade e ventilação no ambiente.



Como posicionar os brises (essa parte não será tão útil assim no projeto que estamos realizando no momento, mas uma informação a mais sempre é válida)
Uma regrinha simples para a escolha da posição dos brises na maior parte do Brasil é a seguinte: para as fachadas leste e oeste, que recebem respectivamente o sol da manhã e o da tarde (que chega rasante), prefira os brises com aletas verticais. Para a fachada norte, que recebe sol durante todo o dia, mas numa posição mais a pino, prefira os brises horizontais. A fachada sul carece menos dos brises, visto que tem uma incidência de sol muito menor. Sempre que possível, dê preferência aos modelos móveis. Eles serão muito mais eficazes.

 Por dentro ou por fora da janela?
O brise pode ficar do lado de dentro ou de fora da fachada, dependendo quais as características e necessidades da edificação.Os internos sofrem menos com as intempéries e por isso tendem a se conservar por mais tempo, a sua limpeza é mais simples e pode-se conseguir uma fachada toda envidraçada, como acontece na biblioteca nacional de Paris, em que placas de madeira são colocadas por dentro da fachada de pele de vidro para proteger os livros da forte radiação solar.


 Entretanto, como a função primordial desses elementos é proteger a sua edificação e, por conseguinte, do calor, o ideal é que eles sejam colocados por fora das janelas para que barrem o sol antes do calor entrar no prédio. Ou seja, brises externos são muito mais eficientes.

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